Sala de aula invertida: método de ensino + tecnologia
Karen Sasaki | Doutora, professora e gestora acadêmica da
Unijorge
Retirado do site: http://www.atarde.uol.com.br/opiniao/noticias/1640034-sala-de-aula-invertida-metodo-de-ensino--tecnologia-premium
As principais teorias de aprendizagem (behaviorismo,
construtivismo e cognitivismo) não estão conseguindo responder à recente
dinâmica que envolve a sala de aula contemporânea com a imersão de estudantes
no mundo tecnológico. Como professores, percebemos que nossas aulas concorrem
com a distração em redes sociais via smartphones, bem como podemos ser
desafiados pelos estudantes que acessam o Google enquanto problematizamos uma
discussão.
Temos uma nova configuração de sala de aula com utilização
de tecnologia independente do seu uso pelo professor. A sala de aula
tradicional, com modelo centrado no professor, ainda existe, mas é importante
desistir de reproduzir uma prática que tende a confrontar com a realidade de
jovens e adultos.
Uma tendência na educação é a sala de aula invertida, um
conceito criado em 2007 por dois professores que disponibilizavam suas aulas em
PowerPoint narrado com voz para reposição de aulas de estudantes que
eventualmente se ausentavam. A iniciativa de reposição superou as expectativas
dos alunos ausentes que conseguiram aproveitamento curricular satisfatório,
popularizou a dinâmica na escola com o sucesso de aprendizagem e motivação dos
estudantes, e chegou às salas de aula da Universidade de Harvard como
estratégia de aprendizagem inovadora.
Essa estratégia de aprendizagem funciona da seguinte forma:
o professor seleciona recursos audiovisuais (ou cria através de tablets e
computadores) que podem ser acessados, inclusive, por celulares; disponibiliza
a aula previamente para os estudantes com o objetivo de aprendizagem
estruturado, invertendo a lógica de acesso ao conteúdo. Diferente da lógica
tradicional na qual o estudante tem acesso ao conteúdo apenas durante a aula e
depois aprofunda por iniciativa própria, na sala de aula invertida o aluno tem
acesso aos conceitos fundamentais antes do encontro com o professor. Durante a
aula é oportunizado espaço para aprofundamento e prática do conhecimento
teórico com a criação de grupos de discussão e socialização.
Depois, os recursos audiovisuais continuam disponíveis para revisão, consulta dos estudantes e verificações de aprendizagem.
A essência da prática da sala de aula invertida não é uma
novidade e não é uma atividade que acarreta mais trabalho para o professor que
já desenvolve suas estratégias de planejamento pedagógico.
Essência
Desenvolver atividades durante uma aula na qual o estudante
já teve oportunidade de conhecer o conteúdo através de um recurso audiovisual
otimiza o tempo do professor para ajudar os estudantes a compreender conceitos
e receber retorno mais imediato. É importante também para diminuir a
"frustração" daqueles que são tímidos ou que tenham um ritmo ou uma
forma de aprendizagem diferente da média da sala de aula.
A sala de aula invertida tem feito sucesso por alguns
motivos: se adapta ao perfil do estudante respeitando os seus ritmos e os
interesses; aproxima da realidade de utilização de recursos tecnológicos em
sala de aula; está alinhada com resultados de pesquisas que comprovam a
eficácia de aprendizagem quando se tem acesso ao conteúdo previamente; bem como
transforma a sala de aula num verdadeiro laboratório de aprendizagem.
Para o professor fica a reflexão: como usar o tempo dos
estudantes na sala de aula para ampliar as possibilidades de aprendizagem respeitando
os ritmos individuais?
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