PNE: 10 PERGUNTAS PARA ENTENDER O PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
Fonte: Ana Elisa Santana para o Portal EBC - http://www.deolhonosplanos.org.br/pne-10-perguntas-para-entender-o-plano-nacional-de-educacao/
Foi sancionado no dia 26 de junho de 2014, o Plano Nacional de
Educação (PNE), lei que tramitou no Congresso Nacional durante quatro anos e
estabelece 20 metas para serem cumpridas até 2023. Entre os objetivos estão
ampliar o acesso desde a educação Infantil até o ensino superior, melhorar a
qualidade de forma que os estudantes tenham o nível de conhecimento esperado
para cada idade, e valorizar os professores com medidas que vão da formação ao
salário dos docentes.
Abaixo, listamos 10 perguntas básicas que ajudam a entender
melhor o PNE, como ele será colocado em prática e quais serão as suas
consequências:
1. O QUE É O PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO?
O Plano Nacional de Educação (PNE) é uma lei ordinária,
prevista na Constituição Federal, que entrou em vigência no dia 26 de junho de
2014 e valerá por 10 anos. Ela estabelece diretrizes, metas e estratégias de
concretização no campo da educação.
A partir do momento em que o PNE começa a valer, todos os
planos estaduais e municipais de Educação devem ser criados ou adaptados em
consonância com as diretrizes e metas estabelecidas por ele.
2. QUAIS SÃO AS METAS DO PNE?
3. QUANTO O BRASIL INVESTE EM EDUCAÇÃO ATUALMENTE?
A porcentagem do investimento público direto em educação, em
relação ao Produto Interno Bruto (PIB) do país, foi de 5,3% em 2012, segundo o
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
A meta do PNE é que o país passe a investir o equivalente a 10% do PIB em
educação. Isso deverá significar o montante de R$ 50 bilhões investidos
anualmente em educação.
Ou seja, o dinheiro destinado à educação deverá ser quase o
dobro ao fim da vigência do plano, em 2023. Lembrando que a meta é que o
investimento cresça gradualmente: a ampliação deve ser para 7% do PIB nos
próximos cinco anos, chegando a 10% no prazo dos cinco anos seguintes.
4. DE ONDE VAI SAIR O DINHEIRO PARA AUMENTAR O INVESTIMENTO
EM EDUCAÇÃO PARA 10% DO PIB?
A lei de destinação dos royalties do petróleo, sancionada em
2013, estabelece que 75% desses recursos e 50% do Fundo Social do Pré-Sal serão
destinados à educação. Esta é uma das principais fontes para se atingir, em 10
anos, a meta equivalente a R$ 50 bilhões anuais para a área.
No decorrer da vigência da lei deverá também haver uma
redistribuição orçamentária, especialmente do governo federal – que passará a
ter maior participação no investimento total em educação, além da criação de
novas fontes de recursos que garantam que o objetivo do PNE seja atingido.
5. O QUE É CUSTO ALUNO-QUALIDADE INICIAL (CAQI)?
No prazo de dois anos a partir da vigência do PNE, será
implantado o Custo Aluno-Qualidade inicial (CAQi), um valor nacional mínimo que
deverá ser invetsido por estudante para garantir a qualidade do ensino a cada
etapa da educação básica.
O indicador será referenciado no conjunto de padrões mínimos
estabelecidos na legislação educacional, e terá o financiamento calculado com
base nos respectivos insumos indispensáveis ao processo de ensino-aprendizagem.
O CAQi será progressivamente reajustado até a implementação plena do Custo
Aluno-Qualidade (CAQ).
6. O DINHEIRO DO PNE PODERÁ SER INVESTIDO NA EDUCAÇÃO
PRIVADA?
O PNE prevê investimento na educação privada uma vez que
estabelece, como estratégia para o aumento de matrículas no ensino superior, a
ampliação de programas como o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino
Superior (Fies) e o Programa Universidade para Todos (Prouni).
Para a expansão de matrículas na educação profissional,
também há a previsão de aumentar a oferta de financiamento estudantil que é
oferecida em instituições privadas de nível superior.
7. O SALÁRIO DOS PROFESSORES VAI AUMENTAR?
Este é um dos grandes desafios do PNE. Algumas das metas do
plano envolvem diretamente o professor, a valorização do magistério e o
investimento na formação e na carreira de docentes.
A meta 17, por exemplo, estabelece o respeito a
profissionais de magistério das redes públicas da educação básica, com o
objetivo de equiparar seu rendimento médio ao dos profissionais com
escolaridade equivalente. Portanto, o salário dos professores deve, sim,
aumentar. Isto deve acontecer até o final do sexto ano da vigência da lei.
8. O PNE VAI AUMENTAR O NÚMERO DE VAGAS EM CRECHES?
Sim. A primeira meta do PNE trata da Educação Infantil, e
estabelece até o fim da vigência da lei deve-se ampliar a oferta de vagas em
creches para atender pelo menos 50% das crianças de zero a 3 anos.
A meta é, também, que esta fase do ensino seja
universalizada até 2016 para crianças de 4 a 5 anos de idade. Ou seja: em 2023,
metade das crianças de até 3 anos de idade deverão estar matriculadas em
creches, e 100% das que têm 4 ou 5 anos de idade devem frequentar a escola.
9. O PNE VAI AUMENTAR O NÚMERO DE VAGAS NO ENSINO SUPERIOR?
Sim. A meta número 12 do Plano é elevar a taxa bruta de
matrícula na Educação Superior para 50% e a taxa líquida para 33% da população
de 18 a 24 anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos,
40% das novas matrículas, no segmento público.
10. QUEM VAI FISCALIZAR O CUMPRIMENTO DO PNE?
O próprio PNE estabelece que a execução e cumprimento
deverão ser monitorados de forma contínua, com avaliações periódicas. São
responsáveis por esta fiscalização o Ministério da Educação (MEC), a Comissão
de Educação da Câmara dos Deputados e a Comissão de Educação, Cultura e Esporte
do Senado Federal, o Conselho Nacional de Educação (CNE) e o Fórum Nacional de
Educação.
O monitoramento será realizado por meio de documentos, como
estudos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep) que devem ser publicados a cada dois anos durante a vigência da
lei para mostrar a aplicação do Plano, e a realização de atividades como
Conferências Nacionais de Educação. Os cidadãos que desejarem acompanhar o
cumprimento das metas podem monitorar os índices no Observatório do PNE.
*Com informações do Inep, Observatório do PNE e da Campanha
Nacional pelo Direito à Educação
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