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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A Igreja e a mentalidade medieval


MENTALIDADE MEDIEVAL

IDEIAS LIGADAS AO DOMÍNIO CULTURAL DA IGREJA CATÓLICA DA ÉPOCA.
·      Apenas uns poucos padres e monges sabem ler e escrever livros, que são feitos à mão. A cultura não é escrita.
crédito da imagem http://blogdopcamaral.blogspot.com.br/
2010/08/igreja-medieval.html#.UMCnu4PBHN0
·      Teocentrismo: "Deus é o centro de tudo". A vida cultural está ligada ao cristianismo. As obras de arte e os livros mais importantes tratam de temas religiosos, o prédio mais destacado de uma cidade era a igreja.
·      A verdade deve ser encontrada nas tradições da sociedade medieval, no que estava dito na Bíblia, na autoridade da Igreja, e dos autores antigos e consagrados (Aristóteles, São Tomás de Aquino etc.).
·      O ser humano é visto com certo desprezo porque é um pecador. Por isso as pessoas devem aceitar resignadamente o sofrimento : merecemos sofrer porque somos pecadores.
·      A vida material é pouco importante. O que é preciso é a salvação da alma.
·      Tudo o que acontece na natureza deve ser explicado pela vontade direta de Deus.
·      As pessoas devem se conformar com o mundo tal como ele é porque foi Deus que o fez assim. A única grande mudança será o Apocalipse.
·      Devemos conhecer o mundo para admirar a obra de Deus e louvá-Lo.
·      A natureza é fonte de pecado. Devemos ficar afastados dela para fugir das tentações.
·      Visão de mundo baseada na filosofia escolástica, especialmente nas ideias do grego Aristóteles adaptadas ao cristianismo por Tomás de Aquino.
·      A razão (capacidade humana de pensar) deve estar subordinada à fé.
O DESENVOLVIMENTO DA IDEOLOGIA DA IGREJA CATÓLICA
Com a expansão do feudalismo por toda a Europa Medieval, observamos a ascensão de uma das mais importantes e poderosas instituições desse mesmo período: a Igreja Católica. Aproveitando-se da expansão do cristianismo, observada durante o fim do Império Romano, a Igreja alcançou a condição de principal instituição a disseminar e refletir os valores da doutrina cristã.

Naquela época, logo depois do Primeiro Século, diversas interpretações da doutrina cristã e outras religiões pagãs se faziam presentes no contexto europeu. Foi através do Concílio de Nicéia, em 325, que se assentaram as bases religiosas e ideológicas da Igreja Católica Apostólica Romana. Através da centralização de seus princípios e a formulação de uma estrutura hierárquica, a Igreja teve condições suficientes para alargar o seu campo de influências durante a Idade Média.

Estabelecida em uma sociedade marcada pelo pensamento religioso, a Igreja esteve nos mais diferentes extratos da sociedade medieval. A própria organização da sociedade medieval (dividida em Clero, Nobreza e Servos) era um reflexo da Santíssima Trindade. Além disso, a vida terrena era desprezada em relação aos benefícios a serem alcançados pela vida nos céus. Dessa maneira, muitos dos costumes dessa época estavam influenciados pelo dilema da vida após a morte.

Além de se destacar pela sua presença no campo das ideias, a Igreja também alcançou grande poder material. Durante a Idade Média ela passou a controlar grande parte dos territórios feudais, se transformando em importante chave na manutenção e nas decisões do poder nobiliárquico. A própria exigência do celibato foi um importante mecanismo para que a Igreja conservasse o seu patrimônio. O crescimento do poder material da Igreja chegou a causar reações dentro da própria instituição.

Aqueles que viam na influência político-econômica da Igreja uma ameaça aos princípios religiosos começaram a se concentrar em ordens religiosas que se abstinham de qualquer tipo de regalia ou conforto material. Essa cisão nas práticas da Igreja veio subdividir o clero em duas vertentes: o clero secular, que administrava os bens da Igreja e a representava nas questões políticas; e o clero regular, composto pelas ordens religiosas mais voltadas às praticas espirituais e a pregação de valores cristãos.

Sob outro aspecto, a Igreja também teve grande monopólio sob o mundo letrado daquele período. Exceto os membros da Igreja, pouquíssimas pessoas eram alfabetizadas ou tinham acesso às obras escritas. Por isso, muitos mosteiros medievais preservavam bibliotecas inteiras onde grandes obras do Mundo Clássico e Oriental eram preservadas. São Tomás de Aquino e Santo Agostinho, por exemplo, foram dois membros da Igreja que produziram tratados filosóficos que dialogavam com os pensadores da Antiguidade.

Mesmo contando com tamanho poder e influência, a Igreja também sofreu com manifestações dissidentes. Por um lado, as heresias, seitas e ritos pagãos interpretavam o texto bíblico de forma independente ou não reconheciam o papel sagrado da Igreja. Em 1054, a Cisma do Oriente marcou uma grande ruptura interna da Igreja, que deu origem à Igreja Bizantina.

Não cabe a nós querer criminalizar ou repudiar a Igreja dos dias de hoje, com base nas suas ações passadas. As questões e práticas dessa instituição não são exatamente iguais àquelas encontradas entre os séculos V e XV. Dessa maneira, ao darmos conta do papel desempenhado por essa instituição religiosa, durante a Idade Média, obtemos uma grande fonte de reflexão sob tal período histórico.


Esses slides são de autoria do Prof. Prof. Michel Goulart http://historiadigital.org http://twitter.com/profmichel Copyright © Todos os direitos reservados.
Resolva alguns exercícios para provar que você realmente aprendeu.
  • Quiz sobre Igreja Medieval: Teste seus conhecimentos sobre este assunto com o quiz. Aprenda os principais conceitos desta aula e fique fera nas avaliações.
  • Questão: As Cruzadas: Tente resolver esta questão sobre os detalhes e pormenores das expedições militares cristãs que ocorreram na Idade Média, conhecidas como Cruzadas.
Complemente seus conhecimentos com alguns recursos adicionais.
  • Teleaula: O poder da Igreja Medieval: Você vai aprender que na Idade Média a Igreja Católica era o maior poder organizado que existia e que as Cruzadas foram grandes expedições militares.
  • 30 instrumentos de tortura medievais: Esta lista vai mostrar instrumentos que eram utilizados para provocar o medo, infligir a dor, ou até causar a morte. Todos as peças são originais.

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